Desde o início da pandemia, vivemos um momento único do ponto de vista da evolução humana e social ao redor do mundo. No âmbito corporativo, as empresas precisaram agir rapidamente para proteger os seus funcionários e, ao mesmo tempo, migrar para uma nova partir do momento em que o protocolo de distanciamento foi estabelecido e movimentações pensadas para acontecer nos próximos 5 ou 10 anos precisaram ser feitas em questão de meses.

Foram muitas as tentativas e erros até que as empresas começassem a acertar e a entender a dinâmica do novo cenário. Ainda que a pandemia esteja longe de acabar e o horizonte continue repleto de incertezas, parece cada vez mais clara a necessidade de seguir a transformação, sabendo que os remédios passados não serão necessariamente úteis para contornar os desafios futuros e que o próximo momento vai demandar mais estrutura e menos improvisos.

Em todos os setores, as lideranças empresariais precisam aproveitar as lições de contexto de experimentos contínuos e em larga escala para reimaginar como o trabalho será feito adiante, reavaliando paradigmas, processos, ferramentas, metodologias e modelos − operacional e de gestão.

No entanto, para os próximos meses, o grande desafio é desconstruir as questões culturais relacionadas ao trabalho físico e engajar as pessoas para a necessidade de abraçar a mudança, apoiando o desenvolvimento de novos comportamentos, além de aumentar a produtividade conforme os modelos híbridos de trabalho − i.e. físicos e de qualquer lugar − sejam implantados.

A realidade é que não existe uma solução única para todas as empresas e as saídas vão variar conforme o setor e o grau de maturidade para a identificação das perguntas certas a serem respondidas:

• Estamos comunicando de forma adequada a nossa visão de longo prazo?
• Como melhorar a execução de rotinas críticas?
• Qual é o impacto e como incentivar a colaboração?
• Quais são os times que vão precisar de um acompanhamento mais próximo do gestor?
• Quais são os padrões de colaboração que geram engajamento?
• Como ferramentas digitais podem ajudar a fortalecer redes e ecossistemas de trabalho?

Para orientar as discussões e colaborar com melhores insumos para que empresas e colaboradores possam encontrar os melhores caminhos em direção ao futuro, a EY Brasil realizou uma pesquisa ampla com mais de 2 mil pessoas na América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México
e Peru), a fim de identificar quais são as preocupações atuais a respeito da  prontidão desses públicos para a adoção de novas formas de trabalhar e qualificar suas expectativas em dimensões como: segurança ao retorno ao escritório, home-office, trabalho em equipe produtividade, remuneração, ferramentas digitais e desenvolvimento de nova competências (upskilling) [Gráfico 1].

Organizamos as análises em três blocos com base na frequência em que os temas aparecem nas discussões de comitês de gestão de crise e transformação nas organizações: desafios da produtividade, estratégia de custos diretos e aprendizado contínuo.

Este levantamento não tem a intenção de esgotar as possibilidades dessa agenda em constante mutação. Ao longo do tempo, novas pesquisas deverão ser conduzidas em intervalos curtos para que a correlação entre necessidade e ação requerida seja a mais clara possível.
O momento atual é um chamado para que as lideranças passem a utilizar todo conhecimento e tecnologia existente para repensar o modelo de trabalho, o papel da tecnologia e das pessoas nas organizações, a experiência do profissional em suas várias interações de trabalho, a colaboração e a segurança.

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Fonte: EY BRASIL