O Centro de Acolhida atua na área da Regional Oeste de Belo Horizonte/MG, que  é composta por aproximadamente 308 mil habitantes em situação de grande disparidade social, “com vilas e aglomerados com alto índice de vulnerabilidade social, como o Aglomerado Morro das Pedras e Cabana Pai Tomás, e bairros de classe média alta, a exemplo do Buritis”.

Entendamos como vulnerabilidade social o desajuste entre ativos e a estrutura de oportunidades, que culmina no enfraquecimento de laços de sociabilidade primária, como família, parentela, bairro, vida associativa e o mundo do trabalho, desajuste esse que evoca consequências diretas para a cidadania e o acesso a direitos.

Neste cenário, o Centro de Acolhida Betânia realizou em 2019 um estudo em Serviço Social, com recorte situacional dos atendidos pelo CAB, cujos principais indicadores denotam as seguintes características:

  • 48% das crianças e adolescentes atendidos são beneficiárias dos programas de transferência de renda (Bolsa família e Benefício de prestação continuada – BPC);
  • 25% das crianças e adolescentes atendidas possuem situação de risco social: trajetória de rua, medida protetiva aplicada por contexto de violência doméstica, negligência e/ou abuso sexual, notificados pelo Conselho Tutelar;
  • 5% das crianças e adolescentes atendidas são deficientes físicos, possuem sofrimento mental e/ou deficiência intelectual.

O resultado deste estudo indica que a partir dos dados e cartogramas disponibilizados no Diagnóstico da Situação da Criança, do Adolescente e do Jovem em Belo Horizonte, que a oferta disponível de equipamentos de cultura, esporte e lazer na Regional Oeste é insuficiente para abranger parte considerável da população regional. Ademais, conforme estudo socioeconômico realizado pelo Serviço Social do Centro de Acolhida Betânia com as famílias dos usuários, as crianças em situação de vulnerabilidade social em sua maioria residem em locais com pouco acesso a atividades de esportes, lazer e cultura.  Verifica-se, ainda, que muitas crianças e adolescentes atendidos apresentam comportamentos de ansiedade e/ou introversão e problemas vinculados a relações familiares com graus de introspecção, solidão e depressão.

Em tempos de funcionamento normal da sociedade e dos aparelhos públicos, o trabalho do Centro de Acolhida do Betânia é relevante e imprescindível na vida das crianças atendidas, com a capacidade de contribuir para a atenuação das consequências da vulnerabilidade social das crianças e adolescentes, onde o CAB busca protegê-los e acolhê-los, resgatando, construindo e fortalecendo vínculos sociais, educando para a solidariedade e para o protagonismo infanto-juvenil, de modo a mitigar a carência de atividades de cultura, esportes e lazer, bem como de atendimento pedagógico e psicológico às crianças e aos adolescentes.

Porém, com o agravamento da situação sanitária, as atividades do CAB, predominantemente presenciais estão prejudicadas e chegar aos jovens e adolescentes até esses jovens com uma comunicação amorosa, que restaure sua dignidade e os fortaleça em esperança tem sido impossível tendo em vista as restrições de aglomeração e atividades coletivas.

Desta maneira, o CAB tem buscando inovar e criar alternativas de conexão com jovens e crianças atendidos pelo projeto, mas as barreiras financeiras das famílias têm impedido o acesso a tecnologia da informação que permita-nos realizar minimamente nossa comunicação com eles.

Desta forma, lançamos recentemente uma modesta campanha, pedindo e contando com a solidariedade de pessoas que pudessem dispor de um equipamento pessoal sem uso, a fim de viabilizar a conexão com esses jovens:


Saiba mais pelo site: http://www.centroacolhidabetania.org/

Local recolhimento dispositivos eletrônicos: Rua Cipriano de Carvalho, 574 – Cinquentenário – CEP: 30570-020

AJUDE O CAB: http://www.centroacolhidabetania.org/doe-online/