São muitos os aprendizados que as empresas jovens e ágeis trazem ao mercado tradicional. Assim como também são muitas as lições que o mundo tradicional traz como experiência de sucesso. No plano do desenvolvimento de startups, que acompanho há mais de 20 anos, temos muito proveito a tirar como desenvolvimento dessa nova economia híbrida, que integra visões e jeitos.
Temos diversos bons exemplos na área, um deles é a Amazon, que começou vendendo livros online em 1994. Agora os servidores Amazon Web Service (AWS) alimentam uma grande parte da internet, geram mais de US$ 35 bilhões em receita anual e um valor de mercado próximo a US$ 1 trilhão.
Há também a Google, que começou puramente como um mecanismo de busca na garagem de seus fundadores em 1998. Nas últimas duas décadas, eles adicionaram e-mail (Gmail), análises (Analytics), telefones, sistemas operacionais, navegadores, realidade aumentada, serviços em nuvem, publicidade e muitos mais produtos à sua linha.
Outro exemplo inspirador: imagine em 2004 um empreendedor abrindo uma loja virtual para vender equipamentos de snow board (skate no gelo) online a partir do Canadá, em um site de comércio eletrônico chamado Snowdevil, projetado por ele mesmo, Tobias Lütke, uma vez que julgou ruins todas as plataformas de vendas online disponíveis.
Tempos depois, com a visão de sempre buscar um melhor modelo de negócio, como todo bom empreendedor, percebeu que a locação desses sites para outras empresas que quisessem usar como o serviço daria mais dinheiro e era um mercado maior. Morria a Snowdevil e nascia a Shopfy, em 2006. Hoje a Shopfy tem um valor de mercado em bolsa de valores superior a US$ 190 bilhões.
Essa percepção de mudança e oportunidade é extrema, mas muito comum no mundo das startups em proporções variadas. Diferente de uma empresa tradicional, uma startup está sempre “olhando no olho” do cliente e do mercado e percebendo como se adaptar. Sem ficar presos a um plano de negócio rígido, os bons empreendedores de startups estão sempre em busca de aprimorar seu modelo de negócio.
Por isso que, no mundo da inovação, perceber o que há de melhor na cultura e no jeito das startups pode fazer muita diferença para seu negócio viver, melhorar ou definhar e morrer. O mundo da Tecnologia da Informação (TI) e do software evoluiu muito desde então e todas essas mudanças estão disponíveis como lições de empresas incríveis logo aqui na nossa frente, em Minas e no mundo.
Algumas empresas são referência em adaptabilidade, mas isso sempre é determinado pela forma de pensar do empreendedor, do empresário. No Sindinfor, por exemplo, sempre defendemos e levamos as soluções de transformação digital e novas tecnologias de gestão dos associados a milhares de empresas tradicionais.
Vivemos em uma era na qual o ciclo da mudança está cada vez mais curto e, como dizia Darwin, o mundo não é dos mais fortes, mas dos que sabem se adaptar.
Por FÁBIO VERAS | PRESIDENTE DO SINDICATO DA INDÚSTRIA DE SOFTWARE E DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO ESTADO DE MG
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