A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê crescimento de 1% do PIB, em 2022, e recuperação de setores como transformação da extração mineral, comércio e serviços. A projeção foi feita pelo economista-chefe da entidade, Mário Sérgio Carraro, durante o evento ‘’Cenários Econômicos e Eleitorais para 2022’’, promovido pelo Sindicato da Indústria de Software e da Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Sindinfor) ontem.

‘’O cenário da CNI para o ano que vem é um cenário de mais do mesmo do Brasil pré-pandemia, que é a época em que o País crescia 1%, 1,5%, é voltar para o crescimento baixo’’, afirmou. Neste ano, ele aponta que a pandemia e a escalada inflacionária fizeram com que o PIB parasse de crescer.

O economista acredita que também haverá uma redução da inflação, no ano que vem. ‘’Vamos fechar 2021 em 10%, 10,5%, mas há uma projeção de queda no segundo semestre de 2022, fechando o ano com 5%. É bom? Não, mas já vai dar um alívio sobre a massa salarial e a renda das pessoas’’, disse.

Sobre a taxa de juros, Mário Sérgio Carraro espera que o Banco Central ‘’ainda eleve a Selic mais duas vezes. Depois a tendência é de uma estabilidade, mas num patamar muito elevado’’.

O economista está otimista quanto à regularização do fornecimento de insumos no segundo semestre de 2022. A falta de peças, segundo ele, vem prejudicando 70% das empresas brasileiras.

O ex-presidente do BNDES, Paulo Rabelo de Castro, participou do seminário de forma virtual. Ele fez duras críticas à tributação das empresas pelo governo federal. ‘’O Brasil está hoje atrelado ao declínio estrutural do crescimento, ao trabalho com baixa produtividade. O que nos trava as rodas é o padrão crescente da extração econômica do governo, que prejudica o setor produtivo’’, reclamou.

Paulo Rabelo de Castro afirmou que ‘’é preciso investir em tecnologia, informação, robótica, saúde, usar a inteligência. Eu acredito no Brasil, mas não na estrutura que aí está”, completou.

O presidente do Sindinfor, Fábio Veras, afirmou que o setor da Tecnologia da Informação está preparado para ajudar na recuperação da economia do País. ‘’Somos hoje 4,8 mil empresas em Minas, que representam 63 mil empregos, e temos uma visão muito otimista da retomada. A gente tá muito motivado, trabalhando intensamente, tanto os marcos regulatórios, como a questão de formação profissional para que o segmento possa ter essa força para crescer ainda mais. O setor hoje transcende a questão partidária, de uma maneira muito objetiva, e com uma agenda muito clara, que é a agenda do desenvolvimento econômico’’.

Eleições 2022 – As eleições no ano que vem prometem transformações no cenário político, principalmente a partir de abril. André Borba, sócio da Arko Advice Consultoria Política, explica que ‘’a partir desse mês, teremos uma clareza maior de quem vai ser candidato. Nessa época, prefeitos, ministros e outros políticos que quiserem disputar as eleições terão de deixar os cargos, haverá uma mudança estrutural’’, diz. O consultor acredita que o número de partidos políticos seja reduzido de 33 para cerca de 28, e que de 20 a 25 terão representação na Câmara. No Senado, haverá uma renovação de um terço das cadeiras, já que cada estado vai eleger somente um senador.

 

Fonte: Diário do Comércio