Em artigo publicado no Jornal O Tempo, Fábio Veras defendeu uma maior união nacional para o crescimento do setor da tecnologia e do país. Confira o artigo na íntegra.
A nação norte-americana entendeu a importância da união em torno da tecnologia já no tempo da primeira revolução industrial. Dali em diante, o país liderou as corridas de mercado sempre gerando uma conexão pela produção e emprego acima de disputas eleitorais.
George Washington e Abraham Lincoln, presidentes norte-americanos, sofreram muito com inferioridade produtiva e má qualidade de suas armas no tempo da independência e da Guerra Civil. Havia inferioridade de armamentos e de logística dos seus exércitos frente aos ingleses, por exemplo. Sendo assim, mestres na engenharia de grandes obras, no uso da metalurgia para a produção de máquinas e desvios de rios para a geração de energia, eram fundamentais, e isso assustava os líderes políticos e empresariais da época. Os EUA tiveram uma política industrial desde a sua fundação.
A tecnologia evoluiu em camadas. Vieram novos materiais, chegando aos bits e bytes, ao chip de silício, ao software, até às grandes plataformas digitais. Inclusive, essas plataformas e soluções lideraram o movimento empresarial em 2021, sendo responsáveis por 52% das operações de fusões e aquisições.
A tecnologia continua crescendo de forma exponencial. Temos o 5G, por exemplo, que também deve impulsionar as fusões e aquisições, o metaverso e outras frentes. O ano de 2022 deve manter o ritmo, pois acho difícil ter retração do movimento.
Dentro desse cenário as cidades têm um lugar especial por ser o espaço de formação dos jovens em escolas públicas e privadas. Noções de tecnologia como lógica e robótica precisam estar presentes na grade curricular, pois são fundamentos necessários a uma nação que, dessa forma, possa ser liderada por experts nesse campo.
Ao falarmos de mercado, podemos citar o exemplo de empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Software e da Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Sindinfor), que lideram a transformação digital gerando aumento de PIB e empregos de qualidade.
Para que continuemos desenvolvendo planos para um futuro promissor, é necessário termos um Projeto de Nação. O rádio, a energia nuclear, os computadores, a internet e a produtividade no campo vieram de decisões estratégicas, criadas a partir desse projeto.
Infelizmente hoje, especialmente no Brasil, a guerra de narrativas faz com que percamos tempo em debates de extremistas que ‘falam alto’ nas redes sociais e ganham grande audiência por magnetizarem paixões contra algo, nunca a favor. Esquerda extrema e direita extrema lideram um debate inútil por ocupação de poder. Que possamos separar um tempo para descobrir o que nos une enquanto a corrida dos países por interesses econômicos se acelera. Paremos de perder tempo e foquemos na guerra verdadeira e do bem, a favor de um projeto de nação que beneficie a nossa e as novas gerações.
O setor de tecnologia sempre será parceiro e protagonista da construção dessa convergência junto com toda a sociedade.
Fonte, Jornal O Tempo: https://www.otempo.com.br/opiniao/artigos/uniao-em-torno-da-tecnologia-1.2634448
Comentários