A ideia é usar de forma estratégica a área do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte

Por Juliana Gontijo – 25 de março de 2023

Usar a área do Aeroporto Carlos Prates, na região Noroeste de Belo Horizonte, para viabilizar o Distrito de Inovação Prates Tech é a proposta do Sindicato da Indústria de Software e da Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Sindinfor). O presidente da entidade, Fábio Veras, protocolou ontem, um ofício solicitando uma audiência com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), bem como com o presidente da Câmara Municipal, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), para tratar sobre o tema.

O dirigente conta que a ideia é usar de forma estratégica um ativo escasso da capital mineira: o território. A área do aeroporto é de 547 mil metros quadrados. “Belo Horizonte é uma cidade que não comporta indústrias e o local é uma oportunidade para diversificar a economia da cidade”, frisa.

Veras explica que a revitalização do espaço com o Distrito de Inovação Prates Tech pode ser feita por meio de uma modelagem público-privada ou concessão. Segundo ele, pode-se oferecer o espaço em edital com contrapartidas a grandes universidades, empresas que desenvolvem inovação, com previsão de um espaço para atração de Centros de P&D de grandes empresas nacionais e internacionais, desenvolvimento de startups e um ambiente para soluções aos desafios da sociedade contemporânea desde a mobilidade, a sustentabilidade, a construção civil para moradias acessíveis e inteligentes, entre outros.

Ele conta que a inspiração para o projeto veio do que foi feito em Florianópolis (SC), que teve um salto de 489 empresas de base tecnológica em 2010 para 3,9 mil em 2020, colocando o segmento de TI e as startups como relevantes na participação do Produto Interno Bruto (PIB) da capital catarinense, superando o turismo e a administração pública.  “Devemos repetir a estratégia de Florianópolis”, diz. Ele explica que o distrito vai além de um parque tecnológico. “Pode ser um local inclusivo, com uso misto, que contemple escritórios e moradia”, observa.

Fora do País, Veras cita o que aconteceu em Nova York, quando o então prefeito Michael Bloomberg, em 2011, revitalizou a Roosevelt Island, oferecendo-a em uma competição econômica. O objetivo era que a cidade se tornasse um destino importante para talentos da tecnologia, visando reduzir a perda de diferencial competitivo para o Vale do Silício, na Califórnia, e  na esperança de construir um ecossistema de inovação voltado para a universidade, nos moldes de Stanford e Berkeley, no Vale do Silício, e o que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) tem em Cambridge, Boston. As universidades como Harvard, MIT, Stanford e outras entraram na disputa, no que veio a se tornar o Campus Cornell Tech.

O dirigente acrescenta que o projeto do Distrito de Inovação Prates Tech é bem diferente do que existe hoje no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec), no bairro Engenho Nogueira, na região Noroeste de Belo Horizonte. “A nossa proposta é mais ampla, ágil, será um território competitivo”, observa. Ele ressalta que por questões legais, o BHTec tem trâmites mais burocráticos.


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