Tema foi debatido durante seminário promovido pela FIEMG, Sindinfor-MG e Sinaees-MG
Como a Inteligência Artificial (IA) está sendo utilizada no setor produtivo? Quais as vantagens e impactos positivos de inovações como o ChatGPT nas indústrias? Com o intuito de refletir sobre esses e outros temas relacionados, o Sindinfor e a FIEMG, por meio de seu Conselho de Tecnologia e Inovação, realizou, no dia 22 de maio, o seminário ”Aplicações da Inteligência Artificial na Indústria: Cases, Tecnologia e ChatGPT”. O evento aconteceu em Belo Horizonte, na sede da Federação mineira.
“A IA e sua utilização no setor industrial mineiro é uma das prioridades de nossa gestão”, afirmou Flávio Roscoe, presidente da FIEMG. “A inteligência artificial é uma ferramenta essencial para a democratização do acesso à inovação e tecnologia que pode ser utilizada pelas pequenas e médias empresas”, comentou, ponderando, que as empresas que aproveitarem essa oportunidade de mercado irão engolir as demais.
O evento foi conduzido por Fábio Veras, presidente do Conselho e do Sindinfor-MG, que a intenção da iniciativa é trazer, por meio de exemplos concretos, informações sobre o tema.“Nossa ideia é compartilhar o mundo real da IA, suas múltiplas dimensões e aplicabilidade”, afirmou.
A mesa de abertura contou com a presença de Fausto Varela, presidente do Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (CIEMG) e Sindicato da Indústria do Ferro no Estado de Minas Gerais (Sindifer), que reforçou as palavras de Veras ao pontuar que um dos grandes desafios do setor produtivo é se apropriar dessas inovações e tecnologias e utilizá-las em seus processos. “Iniciativas como essa trazem informações e conhecimento para que as empresas possam utilizá-los de modo a serem mais eficazes e produtivas”.
No setor automotivo, a IA já é uma realidade e Valentino Rizzioli, presidente da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais e da Câmara da Indústria Automotiva e Mobilidade da FIEMG, explicou que a conectividade e descarbonização são fundamentais para o futuro da indústria automobilística. “Antigamente o foco era o designer do carro, atualmente, a conectividade e a sustentabilidade do veículo são os itens mais valorizados”, afirmou, dizendo, que a utilização da IA é um fator essencial para a sobrevivência da área.
José Batista, presidente do Conselho de Educação e Treinamento da FIEMG, comparou a IA à utilização da energia elétrica nos processos produtivos. “É algo revolucionário”. Luciano Sathler, membro do Colegiado, levou, como sugestão para a FIEMG, um plano de ação para a formação intensificada na área de IA que possa abranger as unidades SESI e SENAI. A ideia é que as entidades possam atuar, de maneira mais direta, na regulamentação da tecnologia, o apoio às micro e pequenas empresas no uso desta inovação, e o investimento em uma IA própria e voltada para o setor produtivo.
IA na prática – O painel “Transformação de Negócios pelo Digital” foi apresentado por Lauren Hikage, líder global de Data & Analytics da Gerdau. “A nossa forma de pensar e fazer negócios, está na centralidade dos clientes, competitividade e sustentabilidade, produtividades e resiliência e segurança digital”, disse, explicando que atualmente a empresa está testando um IA para a análise de sentimentos nas interações com os clientes. A inteligência artificial também é utilizada na área de competitividade e sustentabilidade industrial, como no reconhecimento da matéria-prima, sua qualidade e armazenamento, no plano de investimento, assistente de compras e monitoramento.
Giuliano Mendonça, executivo de desenvolvimento de Inovação da Embraer, conduziu o tema “A jornada de Inteligência Artificial”. Segundo Mendonça, a inovação está no DNA da Embraer, e que a empresa fabricou, em um época em que o Brasil ainda estava no início de seu processo de industrialização, a primeira aeronave em território nacional.
O executivo explicou que a IA está presente na Embraer em três eixos: Melhoria dos Produtos e Serviços, com tecnologia embarcada nos aviões, na Habilitar Novos Produtos, como o eVTOL, mais conhecido como o “carro voador”, que promete revolucionar a mobilidade urbana, e Melhoria da Eficiência da Organização.
Alexandro Santos, da Microsoft, conceituou IA, que é um campo da ciência da computação que se dedica a criar máquinas inteligentes que podem replicar a inteligência humana. Também explicou o que é IA Generativa, que é uma tecnologia que utiliza uma base de dados para aprender os complexos comportamentos humanos. “Podemos ver muito a utilização dela na criação de imagens a partir de comandos de textos”, exemplificou, citando Boris Eldagsen, vencedor do Sony World Phorography Award na categoria Foto Criativa.
Segundo Santos, tecnologias como o ChatGPT podem ser utilizadas em setores como de Operações, para a criação ou melhoria de canais de autoatendimento, na identificação de erros ou anomalias em linhas de produção, TI e Engenharia, para escrever códigos e acelerar o desenvolvimento de aplicações, Jurídico, para a revisão de documentos, como contratos e registros de patentes, e Marketing e Vendas, para a criação de peças, guias de produtos e análise de feedback de clientes.
Ana Hoffman, digital transformation lead Salesforce, que destacou que os seres humanos não serão substituídos por máquinas e sim por profissionais que saibam utilizar essas novas ferramentas. Hugo Azevedo, Ceo da Hop AI, apresentou o cenário atual de IA, que está passando por um processo de crescimento rápido. “Em 2022 o crescimento dos investimentos saltou de $383 bilhões para $450 bilhões. Entretanto, muitas empresas ainda enfrentam desafios para implementar a IA de maneira eficaz”, afirmou, ao esclarecer que cerca de 50% das empresas que investem em IA não conseguem levar a ferramenta para a linha de produção. “São bilhões de investimentos disperdiçados”.
O seminário ”Aplicações da Inteligência Artificial na Indústria: Cases, Tecnologia e ChatGPT” foi uma realização da FIEMG, em parceria com o Sindinfor-MG e o Sinaees-MG. “Tivemos ao longo de nossa história vários marcos e revolução tecnológica, mas três impactaram de forma significativa o mundo”, disse Alexandre Magno, presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Minas Gerais (Sinaees-MG), destacando o advento do computador, telefone celular e a inteligência artificial. É um marco na relação entre seres humanos e máquinas. “Estamos vivendo uma revolução que vai mudar a maneira como vemos o mundo”.
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