A continuidade de projetos de digitalização, especialmente no setor de serviços, impulsionada pela pandemia gerou mais de 69 mil contratações no setor de tecnologia da informação e comunicações (TIC) entre janeiro e abril deste ano. O volume já supera o total de 59 mil profissionais contratados no país no ano passado.

Os dados fazem parte do “Monitor de Empregos e Salários” da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), que considerou os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) e da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego.

O levantamento contempla tanto empresas de TIC, como de telecomunicações e áreas internas de tecnologia em empresas de outros setores.

“Com a demanda por serviços aumentando, a contratação também aumentou”, diz Sergio Paulo Gallindo, presidente executivo da associação.

Das 41.058 contratações feitas por empresas de TIC entre janeiro e abril, 63% ocorreram em serviços, 14% em comércio, 13% em software e 10% na indústria de hardware e componentes.

Cenário oposto ao do início de 2020. O período de incerteza do setor logo no início da pandemia gerou 23,7 mil demissões em abril e outras 8,5 mil em maio do ano passado. A recuperação das contratações ocorreu a partir de junho (ver gráfico).

 

Gallindo nota que o trabalho remoto tem ajudado as empresas a contratarem profissionais de outras regiões. “Empresas sediadas em São Paulo perceberam que podem contratar talentos em todas as regiões do Brasil o modelo de gestão também avançou para se adaptar ao trabalho remoto”, afirma.

Já o nível salarial continua sendo mais alto em São Paulo. Entre os dez Estados que oferecem os melhores salários médios do setor, de janeiro a abril deste ano, São Paulo, que conta com o maior contingente de profissionais (396,6 mil) está no topo da lista dos dez Estados com melhor remuneração (R$ 4.880). Em segundo lugar está o Distrito Federal, com uma média salarial de R$ 4.223, e depois o Amazonas (R$ 4.022). Os últimos do ranking são Espírito Santo (R$ 2.351) e Bahia (R$ 2.328).

A associação alerta que a curva crescente de contratações pode mudar caso a desoneração da folha de pagamento, prevista pela lei 13.670, de 2018, e válida até 31 de dezembro deste ano, não seja prorrogada. “Temos conversado continuamente com membros do Congresso e do Poder Executivo alertando que a política de desoneração gera empregos e renda”, defende Gallindo.

 

Fonte: Valor Econômico