Para quem acompanha noticiário de perto, a sigla ESG, que se refere a questões ambientais, sociais e de governança corporativa, começou a invadir todos os ambientes e as empresas passaram a adotá-la em suas comunicações com o público interno e externo. Segundo pesquisa da consultoria de recrutamento executivo Robert Half, funcionários e pessoas que estão procurando vagas no mercado de trabalho passaram também a valorizar empresas que tenham, de fato, programas e propostas mais sustentáveis.

Entre 387 profissionais empregados ouvidos para a pesquisa, metade diz que não troca de emprego porque a empresa atual olha para as práticas de ESG e isso o motiva a ficar na companhia. A outra metade indica que esse não é um fator relevante. Apesar de 39% deles revelarem não conhecer a sigla ESG, quando perguntados se as empresas em que trabalham possuíam práticas ambientais, sociais e de governança, 72% afirmaram que sim.

Na visão dos profissionais desempregados, 83% apontam que um fator importante para aceitar uma oferta de trabalho é a empresa possuir boas iniciativas ESG.

O levantamento leva em consideração respostas de 1.161 recrutadores (profissionais responsáveis por recrutamento nas empresas ou que têm participação no preenchimento das vagas); além de profissionais empregados e desempregados (com 25 anos de idade ou mais e formação superior).

No caso dos recrutadores, 77% afirmam que as empresas em que trabalham possuem boas práticas ambientais, sociais e de governança. Para os que responderam que as companhias em trabalham não possuem práticas ESG, os principais motivos apontados foram a falta interesse sobre tema (34%), a falta conhecimento sobre o tema (28%), a falta de pessoas para liderar o tema (17%).

Sete em dez recrutadores acreditam que as empresas já perceberam que as práticas ESG podem ser um fator de competitividade. Entre as principais vantagens que a empresa tem ao ter uma agenda ESG estão: melhora imagem da empresa (55% apontam isso), aumenta confiança do investidor (34%) e atração e retenção de talentos (33%).

“Para além da sigla, é fundamental, como estratégia de negócio, que as lideranças das empresas reflitam se já possuem práticas ambientais, sociais e de governança fortes e reais, que ultrapassem o nível do discurso e sejam percebidas no dia a dia da organização. Ou que direcionem esforços e entendam a melhor forma de começar”, comenta Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half para a América do Sul.

Para o executivo, isso também ajuda não apenas a atrair pessoas talentosas, mas ter um time qualificado e preparado para lidar com o momento desafiador de retomada econômica após o coronavírus.

Gerações

Os recrutadores reforçam que os profissionais das gerações Z e Y são os que mais levam em consideração as práticas ESG no momento de avaliar uma proposta de emprego.

“As gerações Y e Z, mais novas no mercado de trabalho, são as que mais consideram as práticas ESG, mas isso não significa que as demais não estejam preocupadas. Inclua a sua empresa na Era ESG o quanto antes. Não fazer parte dela é andar na direção oposta dos desejos e das necessidades das pessoas e do mundo”, finaliza Mantovani.

Fonte: Valor Investe