O 5G, a nova geração de internet móvel, promete uma revolução: conexão com velocidade ultrarrápida, avanços de tecnologias como carros que dirigem sozinhos e a possibilidade de ligar muitos objetos à internet ao mesmo tempo.

A rede já deu seus primeiros passos em países como Alemanha, China, Estados Unidos e Japão, mas ainda não estreou oficialmente no Brasil. O governo prepara atualmente o leilão das frequências, que é o pontapé inicial.

Mas quanto tempo vai levar para termos o 5G no Brasil? O quanto ele é melhor do que o 4G?

O que é o 5G?

É a nova geração de internet móvel, uma evolução da conexão 4G atual.

A promessa é que ela trará mais velocidade para baixar e enviar arquivos, reduzirá o tempo de resposta entre diferentes dispositivos e tornará as conexões mais estáveis.

Essa evolução da rede vai permitir conectar muitos objetos à internet ao mesmo tempo: celular, carro, semáforo, relógio. Tudo isso já pode ser ligado ao 4G, mas é esperada uma melhoria na conexão.

O que o 5G vai permitir?

Essas melhorias de velocidade, tempo de resposta e confiança na rede prometem abrir um leque de aplicações, segundo especialistas.

Tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina devem avançar com o 5G, bem como a chamada “indústria 4.0” com toda a linha de produção automatizada. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis quando a rede oferecer um tempo de resposta mínimo.

Wilson Cardoso, membro do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE) e diretor de soluções da Nokia na América Latina, lembra de usos da internet que passaram a ser possíveis com o 4G e faz um paralelo com a novidade.

“Não tínhamos Uber no 3G porque não as características que o Uber pede, de localização, de velocidade, não estavam disponíveis. Essas aplicações surgiram com as redes 4G espalhadas. Quando tivermos o 5G espalhadas, teremos sensores e novas aplicações”, afirmou.

É o caso dos carros autônomos. Eles já existem, mas o tempo de resposta do 4G ainda não é veloz o suficiente para evitar acidentes em situações extremas, além de não suportar tantos dispositivos conectados ao mesmo tempo.

O 5G também pode revolucionar o próprio smartphone, já que as altas velocidades permitiriam que muito do processamento de tarefas deixe de acontecer no chip do aparelho e passe a ser na nuvem, pegando emprestado a potência dos computadores. O mesmo pode acontecer com acessórios médicos, como pulseiras e relógios conectados.

Quando ele chegará ao Brasil?

Ainda deve demorar. A expectativa de fontes ligadas ao setor ouvidas pelo G1 é que ainda leve de 2 a 4 anos, depois do leilão de frequências, para que o 5G esteja efetivamente disponível para as pessoas.

No edital do leilão, que foi aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto que o 5G deve funcionar nas 26 capitais do Brasil e no Distrito Federal em julho de 2022. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo é julho de 2029.

Esses prazos ainda precisam ser aprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), para o leilão acontecer. A expectativa do governo federal é de que o leilão aconteça ainda neste 1º semestre.

Depois, as operadoras vencedoras precisão investir em infraestrutura para oferecer a conexão, como instalação de fibras ópticas.

Além disso, o 5G vai exigir muito mais antenas para entregar todo o seu potencial – uma preocupação das operadoras, já que as regras para instalação dos equipamentos são definidas por cada município.

A Anatel prevê que se instale mais estações rádio base (ERB) – ou antenas – nas cidades, com o passar do tempo. Na prática, é isso o que garantirá cobertura de sinal 5G.

Vai ser mais caro?

As operadoras geralmente não oferecem acesso exclusivo a um tipo de tecnologia de rede, mas cobram pela franquia de dados utilizada.

As empresas, porém, ainda não definiram se haverá reajustes nos preços de pacotes de dados, pois ainda vão levar meses até que a tecnologia esteja disponível.

O acesso ao 5G deve ser mais restrito no início por dois motivos: uma cobertura menor, primeiramente centrada nas capitais, e a compatibilidade de poucos celulares – que atualmente são os mais caros do mercado.

Vai funcionar no celular que eu já tenho ou ter que comprar um compatível?

Será preciso ter um celular compatível com a tecnologia 5G. Dentre os que já são vendidos no Brasil, maioria são modelos mais sofisticados, como o iPhone 12 e o Galaxy S21, na faixa dos R$ 6 mil ou mais.

Há outros modelos menos potentes à venda, como o Motorola Moto G 5G, anunciado em dezembro de 2020 por R$ 2.799. Com o tempo, a tendência é que todos incorporem a compatibilidade, assim como aconteceu com o 4G.

Conteúdo: G1